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Resenha: Incendiário, vol.1 série Psicopatas


Título: Incendiário, vol.1 da série Psicopatas
Autor: Adriano Léo Araújo
Editora:  Sekhmet
Ano: 2018
Páginas: 180

Psicopatas podem ser charmosos e extremamente astutos. Muitas vezes, suas pobres vítimas são manipuladas de tal forma que acreditam que são culpadas por suas próprias desgraças, sendo levadas ao ápice da loucura.
Também não é nada incomum a inversão de papeis, onde aquele que outrora foi uma vítima, acaba por repetir a violência por ele sofrida, assumindo assim o papel de agressor. Isso é o resultado de uma mente deturpada pelos traumas que sofreu.

Desde jovem, Moisés admirava as chamas que consumiam o canavial que ficava perto da sua cabana. O passatempo incomum proporcionava a ele um misto de paz e alívio, já que o rapaz sofria com a pobreza extrema e com a violência praticada pelo pai, um alcoólatra covarde, que fazia do filho e da esposa, o alvo de frequentes agressões.
Não demorou para que Moisés visse no fogo uma potente arma de destruição, se rendendo sem quaisquer remorsos ao poder de atração que as chamas exerciam sobre si, se tornando assim um homem frio e indiferente ao sofrimento alheio, que de forma irracional e descontrolada, é capaz de cometer os mais terríveis crimes.
Moisés se tornou um incendiário. Um assassino em série, que como tal, acredita que seus crimes são justificáveis. Um psicopata, cujos atos afetam a vida de todos que cruzam o seu caminho, como um tsunami de destruição que desencadeia um doloroso efeito dominó.

Na série Psicopatas, você irá acompanhar a vida de homens, mulheres e crianças que foram marcadas pelos mais temidos predadores sociais. Incendiário, o primeiro volume, é só a faísca do que você irá encontrar!



Conheci o trabalho do escritor Adriano Léo Araújo no Wattpad, há pouco mais de dois anos, e embora Incendiário seja o volume 1 da série Psicopatas, este não foi a primeira obra que li do autor, aliás, fui – e sou – leitora voraz dos 6 livros da série, que apesar de estarem interligados de alguma forma, temos em cada obra, uma história única e surpreendente.



Incendiário é um suspense/thriller que faz parte do catálogo de novos lançamentos da Editora Sekhmet, que tem apostado em novos talentos nacionais, e certamente, o autor Adriano Léo Araújo é um merecedor de tal aposta, tamanho seu talento e criatividade. 


Adriano, vulgo Drico para amigos e leitores, se refere a própria mente como sendo sua Oficina do Diabo, na qual desenvolve com afinco suas criações inspiradas na pura maldade humana, onde nos deparamos com personagens capazes das maiores atrocidades, mas que munidos de grande capacidade de dissimular e manipular, acabam passando despercebidos – se essa for a sua vontade –, permanecendo assim, impunes.

Psicopatas é uma série de enredos marcantes, regados a reviravoltas e... muito, muito sangue! Onde tal qual a vida real, vítimas nem sempre gozam de uma segunda chance, já que marcadas por traumas e levadas ao extremo do horror e do desespero, muitas vezes fazem escolhas com consequências desastrosas, que conforme as próprias palavras do autor, resultam num terrível efeito dominó. 

Durante a narrativa, Adriano nos brinda com a lamentável certeza de que finais felizes dificilmente é uma opção para quem tem a infelicidade de cruzar o caminho de um psicopata determinado a conquistar o que almeja. E sim, isso se aplica até mesmo aos seus protagonistas! 

Neste primeiro volume o autor nos apresenta Moisés, que viu num incêndio a chance de se libertar das frequentes agressões de seu pai alcoólatra, dando fim a vida de seus progenitores. Depois disso, não demorou para que Moisés visse no fogo uma potente arma de destruição, a qual adotou para atingir todos os seus objetivos, se tornando assim o Incendiário.

Moisés literalmente reduz aqueles que atravessam seu caminho, às cinzas. E é o que acontece com o Sargento do Corpo de Bombeiros, Luigi, que morreu após salvar a vida de um menino e de seu colega de trabalho dentro de um prédio em chamas. Luigi deixou para traz sua namorada, Raquel, que estava grávida de poucos meses, e sua filha Bethina, de doze anos.

Com o passar dos anos, enquanto Raquel se dedica aos cuidados do seu pequeno Lucas e de sua enteada, Bethina se afunda cada vez mais em ressentimentos, tornando o convívio com sua madrasta e irmão, insuportáveis. Aos poucos, os sentimentos ruins alimentados por Bethina alcançam maiores proporções, transformando-se em ódio e em desejo de vingança. É aí que o autor escancara a nós, leitores, o quão desastroso – e até cruel – pode ser alguém que outrora estivera no papel de vítima.

Para Bethina, o colega de trabalho de Luigi e o menino que foram salvos pelo pai no dia de sua trágica morte, foram os culpados por sua perda, assim como sua madrasta e irmão, que em sua mente deturpada, queriam disputar o amor do sargento, que conforme acreditava, era apenas seu, por direito.

Adriano não decepciona ao recriar em Bethina os mesmos instintos vingativos ostentados por Moisés, e antes mesmo que o caminho de ambos se cruze para o deleite do leitor, acompanhamos a jovem se entregar aos seus instintos assassinos, e numa tentativa de escapar impune, acaba por imitar os atos do homem realmente responsável pela morte de seu pai. Bethina se torna uma imitadora, uma jovem incendiária.

Assim, Adriano nos prende com sua escrita envolvente, clara e fluída. A cada página de Incendiário, tal qual as vítimas de Moisés, que são consumidas pelas labaredas dos incêndios provocados por ele, nós somos consumidos pela curiosidade, ansiando para chegar ao desfecho. Desfecho este que em muito nos surpreende! 

Deixo aqui a minha total recomendação da obra a todos os amantes do gênero e o desejo de que esta resenha seja a faísca para aguçar a sua curiosidade, assim como Incendiário é só a faísca do que irá encontrar ao longo da série Psicopatas.



Classificação

Gênero
Suspense
Policial





Por Juliete Vasconcelos,
autora da trilogia policial O Ceifador de Anjos



3 comentários:

  1. Só tenho agradecer por tudo nessa trajetória. Tenho sorte de ter você não só como uma amiga, mas também uma conselheira que está sempre disposta a me ajudar. Você é um talento do qual tenho sorte de dizer que é minha amiga.

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  2. Só tenho agradecer por tudo nessa trajetória. Tenho sorte de ter você não só como uma amiga, mas também uma conselheira que está sempre disposta a me ajudar. Você é um talento do qual tenho sorte de dizer que é minha amiga.

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