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Resenha: Alguém Para Amar


Série Westcott #1
Autora: Mary Balogh
Editora: Charme
Ano: 2020
Páginas: 328
Gênero: Ficção; Romance de Época

* Livro cedido pela editora, referente a parceria de 2020

Humphrey Westcott, o conde de Riverdale, acaba de morrer, deixando uma fortuna e um segredo escandaloso que transformará para sempre a vida de todos em sua família, incluindo a filha que ninguém sabia que ele tinha…

Anna Snow cresceu em um orfanato em Bath, sem nada saber de sua família de origem. Quando descobre que o falecido conde de Riverdale era seu pai, ela herda sua fortuna e também fica muito feliz em saber que tem irmãos. No entanto, eles não aceitam suas tentativas de dividir sua nova riqueza. Só que o guardião do novo conde está interessado em Anna...

Avery Archer, o duque de Netherby, sempre manteve os outros à distância, mas algo o leva a ajudar Anna em sua transição de órfã à dama. Com a sociedade londrina e os parentes recém-descobertos de Anna ameaçando subjugá-la, Avery intervém para resgatá-la, mas se vê vulnerável a sentimentos e desejos que ele havia mantido escondidos muito bem, por muito tempo.


Se você viu a capa desse livro, deve saber que eu me apaixonei por ele antes mesmo de ler, afinal, quem é a louca dos romances de época? Exatamente! Quando a oportunidade de ler "Alguém Para Amar" apareceu, não pude perder nem um segundo. Uma leitura que me surpreendeu em alguns pontos, especialmente por ser uma narrativa lenta e bem delicada, mas ao mesmo tempo com algumas reflexões sobre a época escondidas em falas. Um combo que achei perfeito para a história. 

A história começa com a morte de um conde, que deixou uma viúva e três filhos, sendo um deles novo demais para tomar posse de tudo, assim, ganhando um guardião, o enteado da irmã do conde, o duque de Netherby. Tudo estaria esclarecido e aos poucos, Harry, o novo conde, aprenderia o seu papel na elite da sociedade londrina da época. Mas a condessa sabia um segredo do conde, ele tinha uma filha fora do casamento, uma menina que morava em Bath. Ela queria apenas fazer um acordo financeiro para que a menina não aparecesse para causar um escândalo na família. O que a condessa não esperava é que o conde tinha um segredo muito maior com essa filha.

Anna Snow cresceu em um orfanato, sem saber nada além de seu nome. Mas uma coisa que sabia era que ela não era melhor do que ninguém no mundo, e também não era pior do que ninguém. Ela tinha o seu valor. E como professora no local que cresceu, ela ensinou isso a cada criança. Mas nunca pensou que precisaria colocar essa sua maneira de ver a vida ainda mais à prova quando recebeu uma carta a convocando até Londres para decidir o seu futuro. Ela não esperava ser a única herdeira do conde de Riverdale. E que, ao contrário do esperado, seus irmãos não teriam direito a nada, nem mesmo ao título. 

Toda a família se escandaliza com a situação, mas não demoram a começar a trabalhar para que Anna esteja em perfeitas condições de ser apresentada ao ton, a nata da nata da sociedade londrina e, especialmente, a rainha. E entre vestidos, boas maneiras e dança, Anna precisa encontrar o ponto entre ser Anna e Anastasia, sem se perder completamente

Avery, o duque de Netherby, porém, não consegue entender porque se sente cada vez mais interessado por aquela mulher aparentemente tão comum. Ele tenta se manter longe, mas são várias as ocasiões em que se vê a ajudando e até mesmo salvando de sua família, admirando quem ela é e o encontro entre Anna e Anastasia. Tanto que se vê disposto a ajudá-la a descobrir o que houve em seu passado. O que acaba os aproximando ainda mais. 



Se você, assim como eu, gosta de ler um romance que acontece pouco a pouco, já começo dizendo que é o que encontrará por aqui. Como um bom romance de época, a sociedade está sempre de olho em nossos protagonistas, esperando qualquer deslize deles. Anna comete alguns, mas apenas os mais aceitáveis e como filha de um conde e herdeira, são facilmente ignoráveis. E essa foi uma das reflexões que a história me trouxe de forma singela em sua narração. Por Anna ser vista como alguém desejável por conta de sua herança, qualquer deslize que ela cometia era ignorado e até mesmo adorado

Avery, porém, foi quem mais me chamou atenção. Ele trouxe outro tipo de reflexão. Desde novo foi taxado como um homem "delicado", o que na época não era visto com bons olhos, afinal, homens deveriam passar força, masculinidade em todos os poros e até um pouco de brutalidade. Avery parecia com sua mãe, com traços mais finos, mais baixo e menos ameaçador. Mas por conta do bullying sofrido na infância e após perder a mãe, que era quem mais o protegia, ele aprendeu a usar todos os fatores a seu favor e passou a ser temido por todos, apenas com seu olhar e confiança. Entender Avery e ver como um homem também sofre com "pré definições" sobre o que é ser homem, causou uma reflexão que achei extremamente necessária

As reviravoltas do livro, porém, acontecem apenas no início. Ao longo da narração vamos vendo um romance se desenvolvendo de forma lenta, mas bem concreta. Não há um momento de tensão, um clímax final, mas mesmo que eu tenha sentido um pouco de falta disso, não foi algo que prejudicou a história. Este é um romance, a busca de pessoas a se encontrarem, e após isso, encontrando o amor, compreendendo-o e se doando. Um livro com reflexões singelas, mas profundas, que fez com que eu me apaixonasse por sua narrativa. 




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