Últimas Resenhas

Indicações de Romances de Época

     Olá gente! É um prazer enorme estar aqui no Literaleitura escrevendo, sou extremamente grata a Raquel por me conceder tal oportunidade e não havia outro meio de estrear aqui se não por uma lista - eu amo uma boa lista. 

        Vamos lá, em relação a romances de época, estou dando passos de bebê - sequer tinha qualquer contato com o gênero até cinco meses atrás, mas quando me aventurei de forma completamente despretensiosa na amada família Bridgerton,  fui vítima de amor à primeira vista. Após meses meio obcecada por tudo que Julia Quinn já lançou, foi como passar por um parto traumático assistir esses livros chegando ao fim.  E foi assim, órfã, emotiva, jurando não havia possibilidade de me apegar a outras autoras do gênero, que me vi redondamente enganada, pois quanto mais descobria, mais encantada ficava. Sim! Existe um mundo além da Julia Quinn! Rsrs

        E em uma proposta um pouco sommelier de romances de época, trago aqui uma lista com 5 livros que tomaram meu coração e definitivamente vale a pena conferir!


1- Nove Regras a ignorar antes de se apaixonar (Sarah Maclean)




Páginas: 384
Ano: 2016

        Certo, esse é meu romance de época favorito e daqui a vinte anos, quando me perguntarem, ainda vai ser meu romance de época favorito. Hahaha! Gente, cá estava eu, com quase trinta anos nas costas SUSPIRANDO, virando a madrugada para terminar de ler - esse livro é completamente viciante.   

        Somos introduzidos a história de Callie que aos 28 anos, viu que ninguém mais esperava que ela se casasse. Uma solteirona. Apesar do comportamento impecável para uma dama, ela não se encaixava nos padrões de beleza da época - o que quer dizer que não era magra, incrivelmente loira e com olhos claros. Mas ela vinha de uma família rica e respeitada, com mãe e irmãos amorosos, então por que não começar a quebrar as regras da sociedade, afinal, que mal faria macular um pouco sua reputação? Não é como se, aos 28, fosse espantar pretendentes. Embarcando nessa aventura, Callie conta com a ajuda de Gabriel, o Marquês St. John, um libertino por quem ela se apaixonou logo no seu debute na sociedade, há dez anos. Em troca, ele precisa de um favor: Que Callie o ajude com sua recém descoberta irmã, Juliana. 

        A escrita de Sarah Maclean, fluida e leve, nos envolve de uma maneira que você sequer percebe até estar presa aos dilemas da inocente e curiosa Callie. Ela é bastante espirituosa também, apesar de frequentemente ser apontada como uma pessoa passiva. Imagino que seja mais pragmática, isso sim. E o Marquês, Gabriel… A vontade é de socá-lo e beijá-lo exatamente na mesma medida. É interessante assistir quando chega ao ponto de ele não compreender a insegurança de Callie, que é tão preciosa para ele. Ah, e ele não desiste fácil - ponto a favor! Mil pontos a favor! Achei que fosse regra nesses romances de época os mocinhos desistirem no menor sinal de problemas. 

        Enfim, o livro além de tudo é engraçado e os personagens secundários são maravilhosos! Recomendo sem pestanejar. 


2- Ligeiramente Escandalosos ( Mary Balogh) 



Páginas: 288

Ano: 2016


        Essa é uma autora que não vejo muito a respeito - o que é uma pena. Mary Balogh nos deu uma das melhores famílias dos romances de época: Os arrogantes, orgulhosos e apaixonantes irmãos Bedwyns, uma saga que é, de longe, dona do meu coração. 


        Ligeiramente Escandalosos é o terceiro livro da Saga Irmãos Bedwyn (todos começam com ligeiramente alguma coisa) e eu não vejo tanta necessidade de ler os livros em ordem - há quem prefira. Bom, somos apresentados a Freyja, irmã do Duque Bedwyn, que está fazendo uma viagem bem aleatória a casa de uma amiga, em Bath. No caminho, ela conhece o Marquês Joshua e após alguns encontros desastrosos, chegam a um acordo tão somente para irritar certa personagem: Que tal fingir um noivado? Afinal de contas, Joshua quer escapar de um casamento arranjado e não é como se Freyja estivesse aproveitando sua viagem. Seria engraçado sair do tédio e rir um pouco das convenções sociais, certo? O que poderia dar errado? 


        Vamos a personalidade de Freyja, que é uma coisa maravilhosa de se ler. Você lê esse livro se vingado internamente de todos os outros livros de romance em que a protagonista se sente deslocada, insuficiente ou que é passada para trás por alguma maquinação de uma tia malvada, sabe? Os Bedwyns tem uma altivez única. Freyja foi criada na mais alta posição, tem um temperamento fortíssimo e está totalmente calejada desses arranjos comuns a aristocracia. Então ameaças à reputação, jogos mentais para cima dela ganham uma resposta  tipo: Meus queridos.... Nem se dê o trabalho, o título da minha família já é maior que o seu, minha posição já é maior que a sua, meus parentes já estão todos acostumados comigo sendo Freyja então se poupe, me poupe, nos poupe. 


        Outro mérito deste livro (além da comédia, pois ele tem umas passagens bem engraçadas) é  também a forma como trabalha a exteriorização dessas personalidades. Ao passo de Freyja ser de fato, muito segura por dentro, a forma como exterioriza sua personalidade surte alguns efeitos não tão positivos, afinal, até quanto uma pessoa é inatingível? O livro é curto e com a linguagem mega direta. Fica em um gráfico entre fofo, mas com  assuntos extremamente relevantes. 



3- A Dama da Meia Noite (Tessa Dare) 




Páginas: 288
Ano: 2015
 

        A Dama da Meia Noite - título que muito pouco tem a ver com qualquer coisa da história, é o terceiro volume da Saga Spindle Coven, da Tessa Dare. É uma saga que tem seus altos e baixos e apesar de haver, claro, menção aos outros casais formados nos livros anteriores, não há nenhum spoiler gritante ou algo assim. Não vejo necessidade de ler a saga em ordem, mass… Aí é com vocês. 

        Esse livro conta a história de Kate, uma pianista órfã que trabalha como professora em Spindle Coven - o vilarejo para jovens solteiras um pouco a margem da sociedade. Não saber suas origens sempre a incomodou, naturalmente, ao passo de que também não ditou sua vida. No último ano, desde a chegada dos militares a vila, Kate tem uma relação de ódio/ódio com o Cabo Thorne, que sem qualquer motivo aparente, ignora Kate, beirando a grosseria.

         As coisas mudam quando chega a Spindle Coven uma família de aristocratas extremamente excêntrica, clamando Kate como uma parente a muito perdida e o Cabo Thorne, com mais informações sobre o passado de Kate do que deveria, duvidando das intenções, se apresenta como seu noivo até que investiguem a situação mais a fundo. 

        Motivos que fazem esse livro ser bom além da conta: Finalmente um protagonista masculino que não é duque, marquês, visconde ou coisa que o valha. É um cabo, trabalhador braçal com pouca instrução e absolutamente apaixonante.

        - Não tem vilões sem escrúpulos, as pessoas agem de acordo com suas intenções e tudo é completamente válido e plausível. 
        - A família que diz ser de Kate é fenomenal, provavelmente uma das melhores que já vi em romances de época. Completamente escandalosos e se apoiam em seus escândalos. 
        - Ele é emocionante e profundo, mas é muito, muito engraçado. 



 4- O Príncipe dos Canalhas (Loretta Chase) 


Páginas: 326
Ano: 2015

        Canalha, libertino e devasso… É comum essas descrições aos personagens masculinos de romances de época, né? Bom, esse aqui É UM CANALHA. E ele não se regenera ali pelos 30% do livro não, a autora soube segurar a peteca como ninguém. 

        Somos apresentados ao Marquês Sebastian. Ele é um canalha e todos na França sabem disso. Depois de uma infância meio bizarra, na qual seu pai, seus criados e outros membros da aristocracia se referiam a ele como cria do satanás, ele cresceu e simplesmente fez jus ao título, tomando para si o apelido de Belzebu. 


        Jessica é uma jovem inglesa tremendamente perspicaz que vai até a Paris resgatar seu irmão da influência do homem que chamam por Belzebu. Se alguém pode fazer isso, é ela, afinal de contas, dona de uma personalidade afiada, destemida e preparada para confrontos, Jessica é o que chamam de Femme Fatalle. E vai além, já que sua avó, algumas gerações atrás, foi uma Femme Fatale que fazia homens poderosos deitarem a seus caprichos, e ainda nos dias atuais Paris se lembra disso, tomando Jessica como natural discípula da avó. Em uma disputa de poder, as apostas são feitas: Quem, afinal, vai arrasar com a reputação do outro? Será Jessica a garota inglesa que com seu charme dobrará Belzebu a um tolo apaixonado? Ou o Marquês demoníaco partirá o coração da Femme Fatalle


        Gente, esse é um livro tão original que em certos pontos, você não tem ideia do que irá de fato, acontecer. Os personagens não perdem sua essência nunca. É um jogo de gato e rato eterno e muito engraçado. Os dois personagens são excelentes e com a personalidade muito forte para o próprio bem. Recomendo demais para quem quiser um romance de época mais fora do nicho. Menos meloso. 



5- Cilada Para um Marquês (Sarah Maclean) 





Páginas: 320
Ano: 2016

Cilada Para um Marquês é o primeiro volume da Saga Escândalos e Canalhas (só o título da Saga já pega, né?) e nele, somos apresentados a MARAVILHOSA família Talbot. Trata-se de cinco irmãs lindas, incrivelmente ricas e com um título recém comprado. Com todo o preconceito que já sofreriam por serem novas na aristocracia, por quê não flertarem com o escândalo? Romances tórridos, comportamentos provocantes…. Manchetes. Ser uma Talbot é sinônimo de manchete. E elas não ficam por aí chorosas ou ressentidas por seus nomes estamparem colunas de fofoca - elas se divertem com isso. Gostam e se apoiam em seus escândalos.  Eu amei, simplesmente. 


Mas isso é um plano de fundo, já que a personagem principal, Sophie, é a mais nova das cinco irmãs e é a que não havia se envolvido em um escândalo até então - diferente da família, não gosta muito da vida que levam. Uma série de eventos culminaram na sua fuga da Inglaterra, pegando carona na carruagem do Marquês Rei. Acontece que é sabido por todos que as Talbot, a fim de se fixar na aristocracia, bem que deveriam se casar com homens de títulos antigos, então quando Rei se depara com Sophie na carruagem, não vê possibilidade de ela estar ali se não para tentar seduzi-lo e forçar um matrimônio. A forma como ela lida com isso é muito engraçada, pois Sophie está: HAHA querido, eu estou farta de Londres e suas regras, tenho uma pilha de dinheiro e REALMENTE só quero uma carona. Se toca. 


O romance não é lá muito autêntico, principalmente no que tange a história de Rei. É o clichê mais batido. Sophie é uma personagem melhor, mas a inovação na história fica inteiramente a cargo da família Tabolt e as cenas de ação (que são de ação real). E isso não desmerece o livro em nada - eu amo um clichê, só  que chega um ponto que o livro começa a render demais. Dava para enxutar umas cem páginas.



        Agora me digam, se conhecem algum da lista, se gostaram e qual faltou (já tenho em mente uma parte dois!) Abraços!

10 comentários:

  1. Adorei as indicações! Ansiosa pra mergulhar nos romances de época também.. quero parte 2 :)

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    1. Fico feliz que tenha gostado! Já estou preparando uma parte 2 - não consigo evitar! Mergulhe e venha cá nos contar o que acha!!

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  2. Há um mundo além de Julia Quinn kkkk
    Vou experimentar os trabalhos de cada umas dessas 👀

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    1. E bem sabemos que descobrir esse mundo além foi um parto traumático kkkkkkk
      estava perdida no mundo

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  3. Nenhum Lisa Kleypas? Lê mais alguns dela!

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    1. Já de olho dos Ravanels e os Hathaways, capaz da parte dois ser "então, a Lisa Kleypas..."

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  4. Eu criei um monstro!

    Quem diria que uma simples indicação, totalmente despretensiosa e inocente, despertaria uma sede insaciável por obras do gênero?
    "Como agarrar uma herdeira" abriu um novo universo de leituras para você né amiga? Fiquei feliz com isso, pois acredito que esse seja a grande ideia do clube de leituras, nos proporcionar novas experiências.

    Já estou anotando as dicas aqui e que venham mais indicações!
    Que sua jornada no Literaleitura seja incrível e próspera!

    Beijokas da Quel ¬¬

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Você, literalmente, criou um monstrinho. Se me dissessem no ano passado que 2020 eu estaria revirando a internet em busca de romances de época, eu duvidaria até o último fio de cabelo. E cá estou eu, amando cada segundo! Quem diria! Mal consigo expressar a gratidão que sinto a curiosa, cabeça dura e engraçada... (Estou falando de Caroline Trent ou Raquel? Discorram) rsrsrs ! E sim, nosso grupo de leitura é mágico

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  5. Nossa, eu estava precisando de umas boas indicações! Desde que li O Perfume da Folha de Chá eu me apaixonei pelos detalhes ♥ Vou correr atrás da sua lista, perfeitos! Julgo pela capa: O príncipe dos Canalhas é o que mais me chamou a atenção <3
    n-barbie.blogspot.com.br

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