Resenha: Doce Lar

Autora: Tillie Cole

Editora: Essência

Ano: 2018

Páginas: 320

* Livro cedido pela editora, referente a parceria de 2018.

Aos vinte anos, Molly Shakespeare acha que já sabe de tudo.
Ela leu Descartes e Kant.Ela estudou em Oxford.Ela sabe que as pessoas que te amam também te deixam.Mas quando Molly se muda da cinzenta Inglaterra para começar uma nova vida nos Estados Unidos, ela descobre que ainda tem muito a aprender. No Alabama os verões são mais quentes, as pessoas mais intimidantes e os alunos de sua nova escola muito mais viciados em futebol.Após conhecer o famoso quarterback Romeu Prince, Molly só consegue pensar em seus olhos castanhos, cabelos loiros, físico perfeito... e em como sua vida tranquila e solitária parece estar a ponto de mudar drasticamente.

            Doce Lar foi um livro que deu o que falar desde o momento em que ele foi anunciado pela Editora Planeta. A capa escolhida, inicialmente, foi rejeitada pela maioria das pessoas e, atendendo aos apelos dos fãs, a editora mudou a capa, adotando a original. E, agora, em mãos, eu posso vir falar sobre o conteúdo dessa história que já era muito aguardada.

            Molly Juliet Shakespeare é inglesa. Ela sofreu muito desde pequena. Nascida em uma família pobre, seu pai era um minerador, que ficou sem emprego quando a mina em que trabalhava foi fechada. Antes disso, assim que ela nasceu, sua mãe faleceu por complicações no parto. Seu pai faleceu quando ela era bem pequena e ela ficou aos cuidados de sua avó, que também faleceu. Ela cresceu sozinha e desviou toda a dor para os estudos, se formando mais cedo e sendo extremamente inteligente.

"Eu tinha passado de um vida de solidão, em que ficava dezoito horas por dia na biblioteca, e jantares servidos à inglesa em Oxford, para a experiência de vestir um lençol que deveria remeter às vestimentas da Roma Antiga."

            É como assistente da professora de filosofia que Molly vai parar no Alabama, Estados Unidos, para terminar o seu mestrado. Ela não esperava, porém, que ia encontrar mais do que seu mestrado ali.

            Molly conhece Romeo no seu primeiro dia e a conexão que eles têm é sentida já naquele momento. Porém, eles ficam em momentos tensos até se entregarem de vez ao que sentem. O problema, porém, é que Romeo Prince é famoso. Ele é jogador do Tide, o time de futebol americano da universidade e o mais cotado para ser contratado pela NFL. Mais do que isso, ele tem uma família que não aprova o relacionamento, que quer que ele case com outra e... estranhamente parece não gostar nada do filho.

"Bastou Romeu olhar uma vez para Julieta e seu destino estava selado. Talvez eu seja como meu homônimo, e você como o seu." 

            Romeo é fechado, carrancudo e controlador. Ele é tudo o que Molly fugiria, exceto se ele não fosse completamente vulnerável perto dela. Como almas predestinadas. Assim como Romeu e Julieta foram, talvez? E tudo o que precisam para superar a família de Romeo e os medos de Molly, é se entregarem de coração a esse sentimento.

            Quando comecei a ler Doce Lar eu estava com as expectativas lá em cima. Esperava um romance que me fizesse chorar por conta de “Mil Beijos de Garoto”, da mesma autora. Mas a Tillie mostrou, com essa série, que ela pode escrever desde o amor mais puro, ao mais complicado.

            Confesso que o início do livro, apesar de me prender, me deixou um pouco desanimada. Romeo é um personagem muito complicado. Ele tem uma família que o impede ser o que ele quer ser, e a gente fica sem entender porque ele se deixa ser controlado, até certo ponto. O problema é que ele desconta isso em ataques de raiva, agressividade e sendo muito controlador. Esse lado controlador dele me incomodou bastante no início, porque ele era assim até com a Molly.

"Você simplesmente é. Você traz paz ao meu mundo completamente fodido. Você me entende; ninguém nunca me entendeu antes. Simples assim."

            Mas não pensem que só ele. Molly também me incomodou bastante no início. Tudo ela reagia com agressividade, fugia, se rebaixava e duvidava dos sentimentos do Rome. Isso me incomodou até metade do livro, quando uma parte fundamental da história dela se revelou e tudo fez sentido.

            No fim, ambos eram pessoas machucadas, cada um a seu modo e encontraram um no outro o que faltava, a força que precisavam e o amor que sempre buscaram. Foi bem bonito acompanhar esse sentimento. Só que, claro, nada é uma maravilha, né? Eu odiei os pais do Rome, assim como a quase ex-namorada que parecia se sentir no ensino médio, de tanto que infernizava a Molly.

"Eu sinto por você o que Romeu Montéquio sentia por Julieta. Eu também abriria mão de tudo por você."

            Mas falando de amor, tenho que dizer que Ally e Cass, especialmente, as amigas da Molly, me conquistaram. Amigas fieis, gentis e muito divertidas. Lexi, outra amiga, faz parte desse quarteto, mas ela não teve tanto destaque quanto as outras.

            E o final! Gente, uma coisa que a Tillie sempre faz é nos arrancar suspiros surpresos e sorrisos bobos, certo? Certíssimo. Um acontecimento me tirou o chão e, ao mesmo tempo, me fez conhecer mais o Rome e me apaixonar por ele. Posso dizer que foi o clímax da história e fez valer a penas toda a irritação que senti pelos personagens.

"Lar é estar com a outra metade de sua alma, com a pessoa que compartilha seu pesar e te ajuda a levar o peso da perda. O lar está na pessoa que, apesar de todas as coisas, nunca desiste de você e te traz felicidade eterna."

            Um romance encantador, digno de Tillie Cole, que recomendo a todos que gostam de romances fofos e com pitadas de cenas quentes. Mas, além de tudo, um romance com uma carga emocional bem grande.

Classificação:

Gêneros:

Literatura Internacional

Romance

Drama