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Resenha: Diamante ao Lume

Autor: Marilene Cardoso
Editora: All Print
Ano: 2011
Páginas: 82

SINOPSE: Intenso, comovente e com elementos que surpreendem o leitor, este livro propõe uma reflexão sobre o que somos, e o que queremos ser. Salustiano nasceu predestinado. Filho de pais pobres, foi adotado pela madrinha de batismo logo que ficou órfão de mãe, ainda na infância. Na juventude, perdera também a madrinha. Surpreendido com um testamento em que aparece como único herdeiro de duas fazendas, vê-se perdido, sem saber conduzir a própria vida. Tornou-se rapidamente um jovem bem sucedido. Por outro lado, tinha como características o sonho e a inexperiência para lidar com o inesperado. [SKOOB] 

Olá corujinha, como vai você? Já faz um tempinho que eu não apareço, pois precisei viajar para o estado de Espírito Santo. Nessa curta viagem em que fui divulgar meu livro “Apenas 24 Horas”, conheci e vivi muitas experiências que serão relatadas no meu próximo livro "Nietzsche Roubou Minha Identidade": pela primeira vez, veremos por trás dos bastidores como vivo minhas próprias aventuras. Confesso certa timidez, mas, acredito que os leitores mais próximos dos primeiros passos que já foram dados em  minha carreira, saibam a verdade: eu sou maluquinha! rsrs

Ao longo dessa primeira jornada, que teve parada oficial em Vila Velha, foi recepcionada pela família Cardoso que fez questão de me auxiliar no que pudessem para tornar essa caminhada ainda mais mágica. Grande abraço a Núbia, Marilene e Roseane.

Ao longo de conversas agradáveis no elegante apartamento com vista para o mar, ganhei de presente da ilustre escritora Marilene Cardoso o livro “Diamante a o Lume” de sua autoria, autografado no mesmo instante. Faltando poucos dias para minha partida eu concluí a leitura, e vim trazer para vocês a beleza dessa obra.

“Diamante ao Lume” (Lume é fogo em espanhol) é uma biografia da família Cardoso. Conta a história verídica de Olivia e Salustiano. A obra traz todo aquele ar do início do século XX, onde percebe-se a passagem do término do período da escravidão para um mundo liberto de coração e mente.

Somos imersos ao universo de personagens elegantes e requintados como a Sra. França, Olivia e outros. Ah personagens onde apenas a cor e palavras simples, por si só já conta a história marcadas em sua alma: Cipriano e Jandira.
Salustiano é o famoso cara com a “sorte virada para a lua”. Entre todas provações que vive tem a imensa sorte de ser afortunado. Quando criança perdeu os pais de origem pobre, e foi adotado por sua madrinha que muito bonada o criou como filho. Criado com “pão e mel” parecia viver na terra prometida de Canaã. Aos 26 anos perdeu a madrinha-mãe, e se nenhum atino para administração se viu com responsabilidades que nunca passou por sua cabeça ter.

Ganancioso, Salustiano circula a alta sociedade local e conhece Olivia. Paixão à primeira vista? Interesse à primeira vista? Não sei! É um pouco complicado falar de amor quando seu pai só te autoriza a casar com alguém: branco, rico e com um status moderadamente importante. É praticamente um casamento indiano!  haha Mas, só quem ama saberá o que realmente edifica o amor. Mas, o fato é: Naquela festa, assim como Romeu e Julieta, passeando pelo jardim, e a promessa de amor aconteceu.

O tempo se passou, e Olívia forá estudar na Bahia e deixou o seu amado para trás! Milhas o separavam, até que uma carta no colégio da moça chegou, era ele, Salustiano, a pedindo em casamento! Com gritos de alegria, Olívia respondeu a carta com um caloroso, sim!

Naquele mesmo instante, Cipriano um trabalhador pobre da fazenda, escreve uma carta com o português pobre, porém sincero, e  pede a Sinhá moça em casamento. Será um sonho querer mudar de vida e ter a formosa menina como sua esposa? Será ele indigno do amor dela? Nunca saberemos, a carta porventura caiu nas mãos do pai de Olívia e ele tratou para que ela nunca lê-se, e mandou o rapaz embora da fazenda. Não havia porque encher a cabeça da garota com esses assuntos, sendo que o casamento com Salustiano estava marcado.

Olivia voltou e o casamento aconteceu, com tudo que era considerado de alta classe. O casamento da “princesa” e do antigo “plebeu”. A vida era farta, e eles tiveram uma filha, Maria Clara, que viveu sempre a base de muitos mimos, o que a transformou em uma dama na sociedade, do ano 2018. Sem pressa, porque a história não é da minha querida Maria Clara, e sim, dos seus pais!

Tudo até então, parece um viveram felizes para sempre! E nada nos surpreende! Até que… Sallustiano recebe uma carta de um amigo o convidado para ir para MT, divisa com Uruguai, para explorar diamantes. As promessas eram de que, o negócio seria extremamente lucrativo. Porém, como muitos sabem - se já tiverem lido a minha trilogia “Intenso Desejo”  - sabe que esse é um negócio que pra começar, já precisa ter grana, e tem que ter uma personalidade forte pra não ser passado para trás, conhecimento, e muito jogo de cintura para saber investir.

Ludibriado com uma promessa de fortuna, e sem o consentimento de toda família, Salustiano vende tudo que a sorte lhe derá e parte para uma aventura na divisa dos países. Com medo, Olivia e a filha segue o marido. E somente nesse momento é que vemos a jornada do herói.

Resumindo de forma simples, Sallustiano perdeu tudo nessa busca pelo diamante! Já ouviu aquela frase “O olho maior que a barriga!” ? Pois é, Salustiano tinha tudo, mas não era um gestor com pulso para tal atividade (mas temos que convir que garimpar em uma terra que “não tem dono” é complicado). Havia um certo ludibriamento do rapaz com a riqueza, mas, mais do que isso, havia a inocência de um rapaz sonhador. Várias foram as vezes que saiu no jornal que um ex. funcionário seu tinha ficado milionário. Ou seja, várias foram as vezes que Sallustiano ficou milionário, a questão é que, não podemos, por mais que queremos, confiar cegamente nas pessoas, quando se tem tanto dinheiro envolvido.

“Sallustiano, não tinha nada, e aí perdeu tudo!” kkkk É assim que o povo mais humilde fala quando vem a chuva e carrega o pouco que lhes restam. De patrão á empregado. Enquanto Sallustiano trabalhava, sua casa pegou fogo e tudo que lhes restou foi algumas pedras de diamante que o “Lume” não consumiu.

(Claro que não consumiria, para se criar um diamante é necessário carvão, pressão e calor intenso. Coisa, que somente o planeta faz em sua profundeza. Isso é até bonito em um sentido filosófico, é necessário que algo seja muito intenso e que venha de dentro de você para se tornar precioso.)

É aí leitor, como Sallustiano dá a volta nessa situação e conquista por suas próprias mãos o galardão que almeja?

Eu não preciso  nem dizer que passei horas filosofando sobre a trajetória desse senhor que faleceu no ano 2000. Eu acredito que não devemos arrastar outras pessoas para os nossos desejos, mas devemos sempre ir em busca de nossos sonhos. Porém, é necessário sempre uma certa gestão para que algumas situações indesejadas sejam evitadas. Assim como Sallustiano, acredito que todos já fomos ludibriados em algum momento: uma coisa inútil que compramos pessoalmente ou na internet. Um namorado babaca ou um antigo amigo que estendemos mais do que deveria a relação. Um empresário que furou seu olho, por que tem contatos, sim, mas não vai te passar nenhum! Temos muitas coisas preciosas em nossas mãos, mas devemos ter cuidado para não serem jogados ao Lume por irresponsabilidade e falta de tino!

Mas, se algo ruim lhe aconteceu ou acontecer, não se desespere, por que tudo nessa vida é emprestado para dizermos que é nosso, então, tudo pode ser conquistado novamente ou conquistaremos algo novo e melhor.

Eu posso dizer, que não vi uma vez Salustiano praguejar as perdas, pois ele sabia o quão abençoado ele era! Eu acredito que esse foi o maior aprendizado que tive em Diamante ao Lume.

Um grande abraço a todos, é bora desbravar o próximo livro!

Classificação
Gênero
Drama
Autobiografia

Um comentário:

  1. Olá! Adorei seu texto e gostaria de fazer somente uma correção: o nome da autora é Mariene, e não Marilene. Um abraço!

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