Resenha: Coulrofobia

Autor: L. J. Lunewalker

Editora: L.J. Books

Ano: 2017

Páginas: 58

* E-book cedido pelo autor para resenha.

Há muito tempo um grupo de vizinhos matou um inocente e agora eles tentam se esquecer disso. Eles tentaram mascarar seus pecados com uma festa em homenagem a esse inocente, um festival de sua alegria. O incidente caiu no esquecimento, o Orfanato de São Miguel ficou em paz… Pelo menos até agora.As crianças do Orfanato têm sido vistas em desespero, o caos se instaura quando elas começam a se suicidar diante de um quadro, todas elas com um enorme sorriso no rosto.

Você é do grupo que gosta de palhaços ou do que tem medo deles? Ah, esse livro não fala só daqueles palhaços que vemos em circo, apesar de eles serem mencionados, mas também daqueles que são como Pennywise, capazes de arrancar arrepios quando os olhamos.

"Não há nada como uma risada sincera."

O conto tem como ambiente um Orfanato localizado em uma cidade pequena. Apesar de não ser o lar ideal para as crianças, pois todas desejam ser adotadas algum dia, é um lugar onde são cuidadas com carinho e amparadas por todos, inclusive adultos que já foram crianças do lugar.

Em seu meio temos Tom, um rapaz que não sorria, que não interagia e que levantava preocupações entre a equipe responsável pelo lugar. Isso, até ele visitar o circo. Desde então, Tom gargalhava, sorria e brincava. Quando se tornou adulto, visitava o Orfanato vestido de palhaço, aqueles que tinham mostrado para ele o que era a felicidade.

"Ele era invisível. Quieto. Completamente a parte do mundo." 

Porém, quando as crianças do Orfanato começam a sumir, a população desconfia que O Palhaço pode ter tido algo a ver com isso e vão atrás dele. Um segredo, um terror e então, as crianças aparecem, mortas e tudo o que todos desejam é esquecer o Palhaço.

Quando o novo diretor do Orfanato assume, vinte e três anos depois, está decidido a homenagear aquele que trouxe alegria ao lugar. Mas, como se zombando de sua dedicação e memória, crianças começam a aparecerem mortas e tudo o que o diretor sabe é que algo que não lembra tem a ver com isso. Ele conseguiria se lembrar e parar com essas mortes? Seriam mesmo suicídio? Terei O Palhaço alguma coisa a ver com isso?

"O Diretor sentiu o medo tomá-lo, como aos outros, quando olhou direto para o rosto do garoto. A bíblia escapou de suas mãos quando as levou à boca. O garoto sorria."

Confesso que fiquei bem receosa de ler esse livro quando soube que se tratava de terror e palhaços, pois eu sou do grupo que não é muito simpatizante deles. Mas como era algo curto, resolvi enfrentar o meu medo e me aventurar. Li em uma madrugada — mesmo com medo, fui ler lá pras duas da manhã — e foi uma leitura rápida, pois os acontecimentos vão se encaixando e puxando você para o final, de modo que paramos apenas ao final.

Alguns pontos, porém, me deixaram um pouco incomodada. Durante a narração podemos ver termos e até mesmo ideias se repetindo diversas vezes. Pode ser um fator positivo para dar ênfase a uma ideia, mas, em determinado momento, isso me incomodou por estar acontecendo com muita frequência.

A descrição de algumas cenas e situações me lembraram bastante “It” — eu só vi o filme, então falo com base nele —, não sei se foi inspiração para o autor, mas, apesar de não ter me incomodado, foi impossível não ver Pennywise nessas cenas, o que me afastou um pouco do livro em si. O final também foi muito "repentino", dando a impressão de que foi corrido ou como se não houvesse uma decisão sobre ele, como se fosse ter alguma continuação surpreendente, mas não teve.

"Todas as crianças merecem a felicidade"

Porém, as cenas mais pesadas são muito boas de ler. Eu estava no escuro total, apenas com meu celular e quando ouvia algum barulho, chegava a ter receio de virar para o lado e minha mente me pregar uma peça. Acho que posso classificar esse conto como rápido e cheio de triller psicológico. Recomendo para os que gostam desse estilo de leitura.

Classificação:

Gênero:

Literatura Nacional

Terror

Triller

Ficção