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Resenha: O Jogador

Autora: Vi Keeland
Editora: Charme
Ano: 2017
Páginas: 304

*Obra cedida pela editora no formato de livro físico, para resenha, referente a parceria de 2017.

    Na primeira vez que encontrei Brody Easton ele estava no vestiário masculino. Foi a minha primeira entrevista como jornalista esportiva profissional. O famoso quarterback decidiu me mostrar tudo. E, por tudo, não quero dizer que ele me disse algum de seus segredos. Não. O idiota arrogante decidiu deixar cair a toalha quando fiz a primeira pergunta. Na frente da câmera. E o famoso ganhador do Super Bowl rapidamente adotou um novo hobby: me provocar. Quando o afastei, ele desistiu de só me provocar e resolveu que queria transar comigo. Mas eu não saio com jogadores. E não é porque sou uma das poucas mulheres que trabalham no mundo do futebol profissional. Eu posso namorar um jogador. É outro tipo de jogador que eu não namoro. Você conhece o tipo: boa aparência, forte, arrogante, sempre querendo ficar com alguém. Brody Easton era um verdadeiro jogador. Toda mulher queria ser a que iria mudá-lo. Mas a verdade era que tudo que ele precisava era de uma garota por quem valesse a pena mudar. De repente, eu era essa garota. Simples, certo? Vamos encarar, nunca é. Há uma história entre o era uma vez e o viveram felizes para sempre... E esta é a nossa. [SKOOB]

Há muito tempo eu aprendi a não julgar um livro pela capa, mas a cada dia mais eu venho aprendendo a não levar a sinopse ao pé da letra, porque nem sempre ela passa toda a profundidade da história.

É claro que não podemos ignorar o fato que o livro se encaixa perfeitamente nos romances new adult, ou mais especificamente, nos romances eróticos que tanto ganharam o mundo nos últimos tempos. Mas se você, assim como eu, não curte uma história que só tem isso e pela sinopse ficou um pouco desanimado, segue comigo que vou lhe contar um pouquinho do que me ganhou (e não ganhou também) nesse livro.

    “Eu não poderia imaginar minha vida não envolvida com futebol de alguma forma. Mas assistir Brody lá era diferente. A forma como o homem se movia era sexy e confiante. (...) Ele era uma força tão dominante que era impossível não ser atraída por ele.” (pág. 38)

Aqui vamos conhecer a história de Delilah e Brody, ela a filha de um grande jogador de futebol americano, alguém que cresceu e ama esse meio e, por isso, se tornou uma grande repórter esportiva. Brody, por outro lado, é o seu grande entrevistado, o melhor jogador do Super Bowl, que para quem não sabe, é o maior evento dos Estados Unidos.

Delilah conhece bem a fama de Brody. Ele é o queridinho das mulheres, mas não acha que o lugar delas seja dentro do vestiário masculino. Em sua mente e na fama dele, o homem é um grande cafajeste safado. Tudo apenas se confirma quando, na primeira entrevista dela no vestiário, ele fica nu bem a sua frente, de modo que a câmera não mostra o que deixou Delilah tão distraída.

O que ela não sabe no início é que Brody apenas segue a fama. Não podemos negar que ele aproveita sua fama para conseguir estar com algumas mulheres ao longo dos anos, mas ele não é o cafajeste que Delilah pensa e isso vai ficando claro para ela ao longo da história, onde Brody faz questão de mostrar todos os seus lados, inclusive o safado (porque isso ele é mesmo).

Brody Easton, assim como Delilah, é narrador nessa história e conforme ele vai aparecendo, vamos ficando curiosos sobre a vida que ele tem e que não é de conhecimento de ninguém. Isso é o que nos prova que ele é mais do que sua fama, que ele é mais profundo do que poderíamos supor, assim como a moça.

    “O pensamento de você com mais alguém me deixa louco. Eu insisto em exclusividade. E namoro. Estou dentro para o que você quiser fazer. Na parte da relação, eu provavelmente vou precisar que você tenha paciência comigo daqui por diante. Faz muito tempo desde que tive uma namorada. Eu provavelmente vou foder tudo e te chatear muito, mas gostaria de tentar.” (pág. 91)

E, definitivamente, é impossível não se apaixonar pelo Brody que ele se mostra porque quer. Gosto muito de livros assim, em que a personalidade do personagem não muda, mas é descoberta pouco a pouco pelo outro, de modo que ninguém é um canalha e muda, mas sempre foi alguém que poucos conhecem.

Ambos os personagens possuem um passado doloroso. O de um deles volta à tona para colocar o amor e a confiança que um tem no outro a prova, mas é o lado que menos se espera que fraqueja e faz o clímax da história acontecer.

“Depois de todos esses anos, eu finalmente decidi tentar colocar o passado para trás. Exatamente ao mesmo tempo em que o passado de Brody decidiu retornar.” (pág. 164)

Confesso que fiquei com o coração na mão quando o clímax chegou, porque fui pega completamente de surpresa pelo que aconteceu. E isso foi realmente muito bom, afinal, quem não gosta de ser surpreendido em um livro? Como se trata de um romance, a carga dramática foi perfeita para o desfecho da história, fazendo a gente se perguntar como e se tudo se resolveria.

Uma coisa que me incomodou foi justamente o livro mostrar como se fosse uma história puramente erótica, como se tudo girasse em torno da atração das personagens. Esse fato, no início do livro, foi o que me fez ficar um pouco desanimada e também por isso eu demorei um pouco mais pra conseguir avançar na leitura, mas após alguns capítulos isso foi superado. Infelizmente, é uma coisa que ainda afasta muitos leitores para esse tipo de obra.

A diagramação da Charme está lindíssima, as letras são muito boas e fáceis de serem lidas, mesmo não sendo muito grandes e, uma das coisas que amo na editora, eles sempre deixam um espaçamento de linhas muito bom para que nada se “embole”.

Ao todo, achei um livro encantador e recomendo a todos que amam um bom romance, com personagens profundos e bem reais. Aos que não se sentem bem com livros com muitas partes eróticas, posso garantir que não são tantas quanto dá a entender e são bem rápidas também.

A história de Delilah e Brody me encantou demasiadamente e tenho certeza que se gostar de um bom romance “água com açúcar e canela” também vai se encantar.

    “Brody Easton, o homem que entrou na minha vida como uma tempestade, tinha acabado por ser minha calma.” (pág. 294)


Classificação

Gênero
Romance
Ficção


12 comentários:

  1. Aaahhhhhh meeeeeu Deeeeus, adorei! Hahahaha Ultimamente tô adentrando nesse mundo do new adult, e tô adorando! Claro que as histórias que me chamam mais atenção são essas que não são apenas sexo (o que deixa a leitura extremamente cansativa). Adorei a premissa de O Jogador, e já tô saindo daqui e correndo pra procurar ele. Amo romances que tem aquele clímax de nos fazer quase infartar, e pelo que você disse, esse tem muito!

    Obrigada pela super dica e pela super resenha. Um beijo, Pri :*

    Por Amor aos Livros

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    1. Oi, Pri!
      Nossa, fico muito feliz que tenha gostado da resenha e da premissa do livro. Sei que muitas pessoas não são muito chegadas, mas que bom que tem entrado nesse mundo e gostado!
      Espero que consiga ler esse livro e goste dele tanto quanto eu gostei. E prepare o coração pra se apaixonar pelo Brody!

      Obrigada por ter lido e deixado seu comentário aqui!
      Beijinhos

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  2. Oi, Fernanda. Eu gosto muito do gênero e esse livro parece ser bom, só que alguns clichês do gênero acabaram me cansando um pouco e isso me desanima na hora de começar uma leitura, mas nem por isso eu desisto e geralmente acabo gostando do livro. Gostei da tua resenha e de poder conhecer um pouco mais sobre esse livro.

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  3. Oi, Fernanda! Eu ainda não tive a oportunidade de conhecer a escrita da Vi, mas tenho muita curiosidade, pois gosto muito do gênero. Adoro desvendar a personalidade do personagem masculino ao longo da história haha, com certeza torna o enredo mais envolvente. A sua resenha está ótima e espero conferir esse romance um dia, bjss!

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  4. Oiee 💋
    Adorei sua resenha viu, muita bem escrita. Mas preciso dizer que esse gênero não me agrada muito, na verdade já li e gostei bastante, mas sinto que alguma partes foram forçadas. Isso é minha opinião pessoal, não tem nada a ver com sua resenha kkk Independentemente disso, adorei saber que tem um quarterback na estória, pois adoro esse esporte. Confesso que fiquei com vontade de ler, quem sabe um dia né? KK
    Bjos, Bia! 💋

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  5. Olá, já li alguns livros onde tem um jogador "safado" , e contrariando todas as minhas dúvidas acabei gotando, vou coocar sua indicação na minha lista e quem sabe futuramente eu possa iniciar a leitura. Bjus.

    Jis Rocha
    Blog Cá Entre Nós

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  6. OIii!

    Eu não conhecia esse livro sabia? Eu gosto até desse genero, não é meu favorito, mas eu gosto bastante por que as leituras são sempre bem fluidas. Gostei da sua resenha, bem escrita!!

    Beijinhos,

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  7. Oiii Fernanda tudo bem?
    Infelizmente eu não sou muito chegada a esse tipo de leitura, mas para quem curte deve ser uma leitura de tirar o fôlego, ótima resenha.
    Beijinhos

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  8. Olá, esses livros e esses personagens que são mais do que parecem sempre me conquistam. Muito boa a resenha. Quero ler esse romance depois de conhecer um pouco dos personagens pelo seu post.

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  9. Olá,

    Esse ano eu conheci a escrita da autora, já fazia muito tempo que eu tinha curiosidade, não tenho críticas a isso, porém por não ter curtido muito o final de um outro livro dela, acabei me afastando dos livros da autora. Gostei da premissa desse, porém confesso que o receio de me decepcionar me deixa receosa, mas, vai que a curiosidade vença né.

    Beijos,
    oculoselivrosblog.blogspot.com.br/

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  10. Oi, tudo bem? Não costumo mais ler new adults, porque fui me incomodando com os estereótipos do gênero. Como demissexual, narrativas que se constroem ao redor de atração sexual é algo que nunca fez sentido para mim (seja na ficção, seja na vida real). E, com essa sinopse, eu me lembrei de um TCC de uma colega que eu revisei. O tema dela era justamente jornalistas mulheres inseridas no jornalismo esportivo (fazemos jornalismo). E, honestamente, ao ler essa sinopse, eu já percebi que machismo é algo que vende, pelo jeito, né. Uma pena. Não leria nunca.

    Love, Nina.
    http://ninaeuma.blogspot.com/

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  11. Oi Fernanda,
    Eu não tenho preconceito com essa capa, para mim, ela traduz a profissão do personagem e não vou negar que é um colírio para se olhar, risos. Gostei de saber que os personagens são reais e que aos poucos iremos conhecê-los melhor e perceber que não são o que parecem. Está na minha lista. Parabéns pela resenha.
    bjs.
    Pri.
    http://nastuaspaginas.blogspot.com/

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