Autor: Dorival Cardoso Valente
Editora: Autor Independente
Editora: Autor Independente
Ano: 2014
Da série Artesão da Literatura, o livro Palavras que Contam nos apresenta quinze contos maravilhosos, que além de divertir o leitor, o faz refletir sobre a vida.
Para hoje, mais uma resenha de
um livro nacional e super-bacana! Esse é um tanto quanto especial, por dois
motivos, primeiro por se tratar da obra de um autor independente, ou
seja, um escritor que não se lançou por uma editora, cabendo a ele toda
divulgação e vendas de seus livros; em segundo, por se tratar de um trabalho artesanal.
Quem é que não gosta de receber
um livro, não é verdade!? É sempre especial quando recebemos algum exemplar, eu mesma fico muito feliz e empolgada com a
nova leitura, então pense em receber um livro com uma dedicatória e
até uma foto sua entre as páginas! Motivo de uma alegria muito maior (risos).
Isso porque, o autor em questão, como artesão literário que é, não só nos
apresenta seus escritos, como também faz questão de nos inserir ali, de um
jeitinho bem legal, fazendo com que o seu mais novo (a) leitor (a) se sinta
demasiado especial.
O livro Palavras que Contam,
pertence a série Artesão
da Literatura, escrito por Dorival Cardoso Valente ou Dourovale, através de uma
escrita clara apresenta ao leitor quinze
contos, garantindo-lhe uma leitura agradável por uma hora ou um
pouco mais, isso é, se você também for um devorador de livros, o que arrisco
dizer que é.
Ao longo das
páginas, em cada um dos contos, são abordados temas divertidos e variados,
que vão de fatos inusitados até corriqueiros e compreendem seres inanimados, seres vivos e até
celestiais.
Os diálogos
apresentados são bastante vívidos, somados aos cenários bem desenvolvidos,
fáceis de serem imaginados, permite ao leitor rir (ou sentir pena) por várias
vezes, tanto pelas ações das personagens, como das enrascadas em que se
metem. Eu fiquei penalizada
com a “vida” de uma cereja!
Claro que
dentre os contos, acabei por ter preferência por alguns. Há dois que faço
questão de comentar um pouquinho aqui:
“Artes” em que um aspirante a pintor usa os mais
incríveis e divertidos argumentos para convencer uma garota, muito relutante, a
posar nua para ele.
“Miserável” em que o personagem vive uma vida de azar,
ou melhor, ele é um completo azarado, cujas desgraças que o envolvem, muito bem
descritas no conto, não foge de uma possível realidade, e olha eu contando a
estória, ele morre, mas a sua pós-morte é que me causou verdadeira revolta: me
vi querendo bater na cara do personagem – não vou contar o motivo!
Não posso
falar muito para não acabar com a graça, não é! Então encerro por aqui,
mas deixo o convite a você para que conheça o trabalho do escritor
Dourovale através do seu blog.
Bônus
Entrevista
Livros publicados: Da Série “Artesão da Literatura”: Os
Primeiros a Contar (junho/2014); Palavras que Contam (dezembro 2014); Parágrafos (julho
2015).
Livros que serão publicados: Há um livro de poesias e pensamentos
já pronto, mas esperarei a publicação de duas histórias que estou escrevendo.
Os títulos ainda são provisórios por isso ainda não os divulgo. A previsão é
que até final de julho eu publique uma dessas histórias.
Biografia resumida:
"Surgi brasileiro hereditário
O sangue Ibero-Lusitano
O sonhador-mor do país
Mãe de fazer bolos
Pai de trabalhar
Pai de dar conselhos
Mãe de trabalhar
Irmãos de não acompanhar
Amigos para acampar.
De Filosofia e de Letras
Lecionando
Nos trilhos urbanos
Canceriano
Sonhando além do quintal
Artesão
De livros
De textos
Da vida."
O sangue Ibero-Lusitano
O sonhador-mor do país
Mãe de fazer bolos
Pai de trabalhar
Pai de dar conselhos
Mãe de trabalhar
Irmãos de não acompanhar
Amigos para acampar.
De Filosofia e de Letras
Lecionando
Nos trilhos urbanos
Canceriano
Sonhando além do quintal
Artesão
De livros
De textos
Da vida."
1. O que te inspira a escrever?
R: Eu acho que as histórias
sempre fascinaram, ainda fascinam, tanto quem ouve como quem conta. Eu adoro as
duas coisas: ouvir, contar. Há milhares e milhares de histórias que já se
perderam, pois ninguém as contou, nem as ouviu. Quantos amores não valeriam ser
lembrados e até ensinados que já se perderam pois não foram registrados?
Quantos heróis ficaram mantidos no desconhecimento? Há muitas histórias ainda
que precisam ser ditas/ouvidas. Eu conto algumas histórias. Gostaria de poder
contar todas as histórias do mundo... É dai que vem essa necessidade, essa
vontade, essa coisa que muitos chamam de inspiração. Se inspirar é procurar o
ar, a minha inspiração literária vem desse meu procurar/criar em cada pessoa,
em cada lugar, para cada pessoa, para cada lugar uma história real, inventada,
adaptada, inspirada.
2. Quanto tempo aproximadamente
você levou para escrever seu primeiro livro?
R: Meu primeiro livro nunca foi
publicado, nem lido, nem revirado. CACOS DA SOCIEDADE é um livro de poesias
adolescentes ingênuas, inquietas, transparentes. Não publiquei por vergonha;
por preguiça; por me desmerecer enquanto poeta; por achar que ninguém gostaria
ou entenderia. Livro digitado, ops, datilografado e o primeiro a ser
encadernado por mim (já era, sem saber, um Artesão da Literatura). Uso este
espaço para mostrar pela primeira vez a capa a favor e a capa contra, além de
uma das poesias. O ano é 1984, já depois do meu aniversário, então, 19 anos.
3. Que temas aborda em seus
livros?
R: Não há um tema único ou
específico. As histórias surgem, mostram que estão presentes, depois brincam de
se esconder.
4. Qual a história por trás das
suas estórias?
R: É possível que haja algo de
mim nas histórias que escrevo, mas espero que não. Eu penso que se deva separar
o autor da sua história. O autor é um canal que a história usou para poder
existir. Escrever sobre si mesmo tem seu valor biográfico e não necessariamente
literário. Eu quero que nos meus textos o leitor não me encontre.
5. Você se sentiu apoiado para
escrever e posteriormente publicar seus livros?
R: Cada um vive a própria
história. Vou mudar a palavra “apoiado”, que aparece na pergunta, por “incentivado”.
Tudo bem? Eu fui incentivado por um professor da PUC para tentar publicar meus
contos. Na época eu tinha 17 anos e queria ser poeta e não contista. Esse
professor, Luís Roberto, deixou São Paulo e foi para uma Universidade no Ceará.
Não tivemos mais contato, porém ele me apresentou aos textos de Aníbal Machado,
Mário Lago e Clarice Lispector. Esses autores se juntaram a Mário de Andrade,
Dalton Trevisan e Tchekov. Esse foi meu maior incentivo. Mas há outros, claro.
Quando uma pessoa curte um texto que você divulga na internet, ou o indica para
outras pessoas lerem é um baita incentivo. Atualmente o maior incentivo é
quando alguém compra meus livros.
6. Quais as maiores
dificuldades que você enfrentou ao longo dessa caminhada (começar a escrever
até publicar)?
R: Escrever é um aprendizado
sem fim. Sempre busco melhorar a forma de contar histórias. Para isso é preciso
que eu seja muito crítico comigo. Quando eu tive a ideia de publicar minhas
histórias procurei as opções que o mercado editorial me trazia. As grandes
editoras não querem publicar contos de autores ainda não publicados, nem
recebem seus originais. Para publicar um romance percebi que as tais grandes
editoras exigem tanto e oferecem tão pouco. Verifiquei então as editoras que
cobram para publicar seu livro e ainda deixam na sua mão a obrigação da venda
para recuperar o valor investido. Encontrei também as editoras para quais você
manda o original e elas imprimem de acordo com a venda. Achei a ideia
interessante, mas o valor que cobram é alto; para ter algum proveito do meu
texto o livro custaria caro. Veio a ideia de eu mesmo produzir meu livro.
Pesquisei durante um bom tempo como encadernar. Aprendi a encadernação de
várias formas. Peguei o que achei bom dessa e daquela, adaptei umas coisas que
não me agradavam... virei um Artesão da Literatura tanto para escrever, como
para imprimir e encadernar meus livros. Assim como a escrita, esse meu processo
de encadernação está sempre em constante evolução.
7. Que conselhos daria a um
aspirante a escritor?
R: Não apenas para ser
escritor, mas para qualquer carreira, dedique-se a melhorar sempre sua
atividade. Pratique. Veja como fizeram, perceba como fazem, imagine o que
farão. Não se feche as novidades, não se acorrente ao “pronto”. Quando cansar
pare! Relaxe e esqueça! Se voltar é porque está no caminho certo. Se você sai
da cidade com o GPS marcando como objetivo ver o mar e for muito obstinado,
determinado e rígido, certamente, se não morrer em um acidente, conseguirá seu
objetivo e ficará feliz como um bom aprendiz. Se você sai da cidade com o
objetivo de ver o mar de forma livre, consciente e atenta pode observar e até
parar nas lindas cachoeiras do caminho; pode até fazer um desvio enorme e subir
a montanha ao invés de apenas descê-la; pode, inclusive, mudar seus planos e
não ir apenas até o mar, ou nem até o mar e mesmo assim será feliz como um
mestre.
Obs.: Seus livros são
vendidos diretamente por ele através do e-mail artesaodaliteratura@uol.com.br ou pelo facebook.
Por Juliete Vasconcelos,
autora da trilogia O Ceifador de Anjos
Que vida corrida
ResponderExcluirQue tempo de louco
Que coisa de doido
Só agora pude ver a publicação desta entrevista.
Perdoe-me! Adorei! Encantei-me! Muitíssimo obrigado!