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Resenha: O Doador de Memórias



Autor: Lois Lowry
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Páginas: 224

SINOPSE
"Em O doador de memórias, a premiada autora Lois Lowry constrói um mundo aparentemente ideal onde não existem dor, desigualdade, guerra nem qualquer tipo de conflito. Por outro lado, também não há amor, desejo ou alegria genuína. Os habitantes de uma pequena comunidade, satisfeitos com a vida ordenada, pacata e estável que levam, conhecem apenas o presente o passado e todas as lembranças do antigo mundo lhes foram apagados da mente. Um único indivíduo é encarregado de ser o guardião dessas memórias, com o objetivo de proteger o povo do sofrimento e, ao mesmo tempo, ter a sabedoria necessária para orientar os dirigentes da sociedade em momentos difíceis. Aos 12 anos, idade em que toda criança é designada à profissão que irá seguir, Jonas recebe a honra de se tornar o próximo guardião. Ele é avisado de que precisará passar por um treinamento difícil, que exigirá coragem, disciplina e muita força, mas não faz ideia de que seu mundo nunca mais será o mesmo. Orientado pelo velho Doador, Jonas descobre pouco a pouco o universo extraordinário que lhe fora roubado. Como uma névoa que vai se dissipando, a terrível realidade por trás daquela utopia começa a se revelar."  [SKOOB]

    Essa é a primeira resenha do 'Desafio Literário 2015', leitura que deveria ser realizada durante o período de 5 a 18 de janeiro, com a temática:  Livro que virou filme. Terminei rápido, em 3 dias, antes do prazo estipulado para o tema (e também já terminei o segundo livro...resenha em breve, aguardem!), mas não postei a resenha de cara, pois de acordo com o regulamento do desafio a resenha deveria ser mandada para o pessoal responsável via formulário. Eu estava muito empolgada com o meu primeiro desafio literário, acompanhando as postagens do site do desafio, quando de repente tudo parou, mais nenhuma informação foi divulgada, e-mails não respondidos...cadê o bendito formulário? Nada...

...pensei em desistir, mas eu queria continuar, pois a temática me agradou muito, então mesmo o desafio tendo "miado" por parte dos organizadores, eu continuarei a cumprir as leituras dos temas propostos e postarei as resenhas aqui para vocês.



    Escolhi esse livro para o tema em questão, pois fui ver a adaptação no cinema e me encantei com o enredo, as imagens de Jonas recebendo as memórias do doador eram espetaculares, sem contar que adorei a mensagem reflexiva que o filme trouxe.

    Adorei o filme e com o livro o sentimento não foi diferente. Comecei a leitura com certo receio, pois costumo ler as obras primeiro e depois vou conferir as adaptações e na grande maioria das vezes me decepciono. Tinha gostado tanto do filme que fiquei com medo de ler e mudar totalmente de opinião...mas para a minha sorte e alegria a história me empolgou muito. É claro que de um para o outro ocorreram algumas mudanças (para tornar o filme mais atrativo ao público...inseriram um romance que não é mostrado de forma direta no livro, uma coisa apenas de sentimento), mas nada que comprometesse a qualidade da história. Sem contar que se trata de um livro originalmente lançado em 1993 e na época as distopias não tinham um apelo romântico para chamar os leitores, como vemos com frequência atualmente.

    O conceito de comunidade unificada, onde as atribuições de cada componente é escolhida por um grupo de anciões que observam o comportamento de todos, o desconhecimento de alguns sentimentos como o amor, a falta de liberdade que o ser humano tem de escolher e tomar suas próprias decisões, chamaram minha atenção. Todas as decisões tomadas pela anciã chefe, mesmo quando solicitado conselhos do recebedor (aquele que guarda consigo todas as memórias), mesmo sendo em prol da comunidade me pareceu muito com uma ditadura. A sociedade tem que cumprir com o que lhe é imposto e não deve questionar ou tomar atitudes impulsivas...no mundo de hoje isso soaria como uma tremenda piada...kkkk

    O enredo vai ficando mais interessante quando o jovem Jonas de apenas 12 anos se vê imposto a sua nova função na sociedade, recebedor de memórias, em seu período de adaptação e treinamento ele terá que receber as memórias do antigo recebedor, desta vez então chamado de doador. 

    Como já mencionei anteriormente, as partes mais bonitas no filme são também as que mais gostei no livro, quando Jonas começa a descobrir o que está por trás das memórias, os sentimentos, as cores, a vida...e o início de seus questionamentos; "Por que as pessoas escolheram viver sem tudo aquilo?", qual o preço que se deve pagar para se ter uma sociedade ideal?
    O conflito interno da personagem central é maravilhoso e ao mesmo tempo cruel, por mais que existam coisas maravilhosas também existe o sofrimento...impor a uma criança de apenas 12 anos as mais tristes memórias já vividas, sedo que ela jamais poderá se abrir e aliviar o peso do seu doloroso fardo; A tristeza, a fome, as mortes, e a tão temida guerra...chega a ser desumano. 

    Uma coisa nessa "sociedade dos sonhos" que achei engraçada é a denominada 'Unidade familiar'...ahhhh tá, que nome engraçado para uma pseudo família, como é possível duas pessoas formarem uma família sem um sentimento estar envolvido? Isso podia ser comum antigamente, mas hoje, acho um pouco difícil (as pessoas se casam até por interesse, mas há um sentimento, mesmo que mal intencionado, kkkk). Existe convivência no lar, mas ninguém AMA ninguém, nem esposa, nem marido...nem mesmo os filhos, que a propósito não são do casal (pode ser comparado a uma adoção), mas não há amor e nunca haverá. É triste, mas essa ausência de amor não é culpa dos indivíduos e sim dos membros mais antigos, das gerações passadas que escolheram banir tal sentimento pelo bem da sociedade. 
    Os filhos crescerem, saem de casa e seguem seus destinos já selados, enquanto que os "pais" envelhecem sozinhos (os "filhos os esquecem literalmente) e são mandados para um centro de assistência até a hora que o "manda chuva" decide que aqueles indivíduos não são mais úteis para a sociedade, e são eliminados.
    Sim, eliminados...os idosos por não fornecerem mais nada à sociedade e as crianças que nascem a baixo do peso, que choram durante a madrugada...antes de serem selecionadas para uma determinada unidade familiar, são feitos diversos testes e se o pequenino não estiver apto ele é morto.

    Ao descobrir tais atrocidades ocultas e cometidas sem o conhecimento real pela sociedade, Jonas se desespera e resolve tentar mudar o destino dos demais, mesmo que para isso ele tenha que deixar seus amigos, "família" e até mesmo deixar de ter uma vida...

   Esse romance é mesmo incrível do ponto de vista reflexivo, nos faz pensar no que realmente queremos para a nossa vida e como ela é maravilhosa...nossas escolhas revelam o nosso futuro!

    Mal posso esperar pela continuação, uma vez que essa obra é a primeira de uma série de 4 livros. E quero muito saber qual o destino de Jonas.


Classificação 

 Gênero  
Ficção
Distopia

2 comentários:

  1. Bela resenha!

    Beijinhos,
    Victor N. Souza| ADM do blog Victor Reads
    http://victor-reads.blogspot.com.br/

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  2. Assisti ao filme recentemente e fiquei encantada e morta de vontade de ler a obra. Em alguns aspectos, se parece um pouco com a trilogia Destino, que li recentemente. Lá também é a Sociedade que determina tudo em sua vida, inclusive o que você come, embora os filhos sejam mesmo dos pais que os criam hehe. Ultimamente estou pegando um apresso imenso por distopias. Cresci com meu pai falando muitas coisas a respeito de nossa sociedade e em como somos manipulados, mas de forma sutil. Acabei viciando ele em distopias também hehe.
    Beijos

    Vidas em Preto e Branco 

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