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Dia da Poesia

O que é poesia se não a manifestação da beleza e estética retratada pelo poeta em forma de palavras.

O conjunto de palavras que expressam sentimentos, que comovem e sensibilizam as pessoas. 

Poesia é uma arte, muitas vezes admirada pelos românticos e apaixonados, um gênero literário caracterizado pela composição em versos estruturados de forma harmoniosa que encantam gerações.

A seguir selecionamos 5 poemas de ilustres poetas brasileiros. Não há como não se emocionar... 


João Guimarães Rosa 
(1908 - 1967)
Soneto da Saudade

Quando sentires a saudade retroar 
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!

Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas...
E a te expressar que este amor em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas...

Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.

Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos... 
Nem a distância apaga a chama da paixão.




Joaquim Maria Machado de Assis  
(1839 - 1908)
Livros e flores

Teus olhos são meus livros.

Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor, 
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?



Mário Raul de Morais Andrade 
(1893 - 1945)

Aceitarás o amor como eu o encaro ?

Aceitarás o amor como eu o encaro ?...
...Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo 
Contra estes móveis de banal presente. 

Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente, 
A perna assim jogada e o braço, o claro 
Olhar preso no meu, perdidamente. 

Não exijas mais nada. Não desejo 
Também mais nada, só te olhar, enquanto 
A realidade é simples, e isto apenas. 

Que grandeza... a evasão total do pejo 
Que nasce das imperfeições. O encanto 
Que nasce das adorações serenas.




Raymundo da Motta de Azevedo Corrêa 
(1859 - 1911)
As Pombas

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...



Vinícius de Moraes 
(1913 -1980)
Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.









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