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Parceria Literária: Raquel C. Vicente

  Olá pessoas,

    Hoje venho apresentar para você nossa mais recente parceria literária, uma jovem e promissora autora que logo mais estará lançando uma nova obra, amantes de literatura fantástica, preparem-se! Conheçam mais uma das minhas xarás...(eita nominho de sucesso na literatura, estou cada vez mais gostando do meu nome <3 )


Raquel C. Vicente


    Nascida em 20 de Setembro de 1995 em Portugal, com onze anos mudou-se para Espanha, onde viveu e estudou durante quatro anos. 

    Fala fluentemente espanhol e português, e o seu escritor favorito é Stuart Hill. 

    Nos anos de 2012 e 2013 ganhou o 1º lugar no Concurso de escrita d'As Cartas de Amor da biblioteca de sua cidade e agora, dentro de uns meses, irá publicar o seu primeiro livro de fantasia através da Chiado Editora.

    Devido a não poder revelar ainda, nenhuma informação sobre a sua obra, a autora tem compensado os meus seguidores com histórias originais publicadas online através do site Nyah!Fanfictions. 

Texto «Elizabete, a Formosa» 

(publicado há umas semanas no blog pessoal da autora)
    Os seus olhos eram chocolate derretido e a sua pele tão laranja e aveludada quanto um pêssego. Coroando-lhe a cabeça, milhares de fios de azeviche caíam tal qual cascatas pelas suas costas e dançavam ao sabor da brisa como se fossem um manto de tule negro.

    O seu nome era Elizabete.

    Levava o corpo esguio e formoso coberto com os mais caros dos tecidos, desde cetim a pura seda, desde veludo a tecido brocado; tinha tanto de rica como de bela. Nos seus dedos luzia enormes anéis vistosos, de ouro e prata, com rubis e esmeraldas, e ao peito exibia uma pesada corrente de ouro replecta de diamantes. Mas se havia algo que sobressaía por entre todas as jóias era o seu título de Primeira Duquesa da Rússia.

    Elizabete nascera num berço de palha, entre porcos, cabras e cavalos; a sétima filha de um carniceiro e de uma camponesa. Com sete anos os seus pais venderam-na a um prostíbulo para dar de comer aos outros seis filhos e aos oito ela já sabia como satisfazer um homem. Nunca fora criança.

    Os anos passaram-se e ela cresceu entre nobres prostitutas e asquerosos e desonrados homens da nobreza que a visitavam de dia e de noite. Que saciavam as carnes no seu corpo. Cresceu e cresceu, até que no dia do seu décimo sexto aniversário um nobre russo visitou o bordel e a comprou.

    Teve medo naquela altura. Chorou como ninguém. Em Portugal contavam-se coisas atrozes sobre aquele povo de leste e ela tivera medo, mas compreendeu com brevidade que aquele homem fora a melhor coisa que lhe acontecera.

    O russo era feio, barrigudo e mau-carácter, mas era o mais rico por entre os ricos e o mais manipulável dos homens. Elizabete entendeu com rapidez como satisfazê-lo e alcançar os seus propósitos, entendeu como conseguiria abandonar o seu título de prostituta.

    Dois meses após a sua chegada às terras geladas do leste, desposou o homem. Três anos depois ficou viúva. Ao fim de cinco conquistou o título de Primeira Duquesa da Rússia na cama do Czar.

    Agora, ali estava ela. Bela, rica e poderosa, senhora do tudo e do nada. Conquistadora de sombras e de camas, uma viúva cheia de beleza e inteligência. Uma mulher que tinha regressado a Portugal para fazer justiça.

    — Majestade, recorro a vós para denunciar traidores da coroa. — disse ela certo dia, numa visita ao rei. — Em criança fui vendida a um prostíbulo, a um lugar onde não existem segredos ou mistérios. Durante a minha estadia escrevi os nomes de todos aqueles que me usaram e todas as confissões que murmuraram ao meu ouvido enquanto se satisfaziam no meu corpo de criança. — contou ela ao rei que a fitara com choque.

    — Que confissões e que traidores, duquesa? — perguntara-lhe o rei que a contemplava com deslumbre e claro desejo.

    — Todos eles diziam querer entregar Portugal às Espanhas. Todos. — dissera com um tom aveludado na voz. — E todos vos querem ver morto. — acrescentara entregando ao rei um papel dobrado.

    O rei lera todos os nomes atentamente e, depois, dedicara-lhe um olhar misterioso. — São os nomes dos mais ricos nobres e importantes militares deste reino. Quereis que desconfie deles todos, duquesa? Que provas me podeis apresentar? — perguntara o monarca que começara a colocar as prioridades do reino acima dos seus desejos.

    Elizabete sorrira-lhe docemente. — Majestade… meu rei… uma noite na vossa cama bastará para vos provar tudo… — murmura ela e o rei não hesitara em ordenar a saída dos guardas.

    Depois desse dia, os nobres e militares portugueses morreram misteriosamente. Desconfiou-se de que tal desgraça fosse fruto de um ataque espanhol. E dois anos mais tarde, a rainha morreu durante um passeio a cavalo.

    O rei abdicou do trono a favor do filho cinco anos após a morte da esposa e partiu para as terras geladas de leste… com a bela Elizabete. Mas não demorara mais de dois meses até a monarquia portuguesa receber uma bela caixa de veludo com a cabeça e os genitais do antigo soberano, juntamente com uma carta peculiar que dizia:

“Nem sempre a coroa significa nobreza. Nem sempre prostituta significa desonra.
Foste o primeiro e eu fui a última.
Que Deus abençoe a coroa de Portugal.
Longa vida ao novo Rei! Eterna morte ao Antigo!
Com amor e carinho…
A Primeira Duquesa da Rússia, Elizabete a Formosa.”

    Vinte anos mais tarde, depois da sua vingança… da sua justiça!… Elizabete deitou aos lábios um frasco de cicuta e ao outro dia, quando o sol beijou o horizonte gelado, já jazia morta.

©Texto de Raquel C. Vicente
    Espero que vocês tenham gostado da novidade. Conheçam mais sobre o trabalho da autora em seu blog pessoal
         Beijokas da...


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