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Resenha: A Pérola que Rompeu a Concha

Autora:
Nadia Hashimi
Editora: Arqueiro
Ano: 2017
Página: 458
Gênero: Ficção; Literatura Estrangeira 


    Filhas de um viciado em ópio, Rahima e suas irmãs raramente saem de casa ou vão à escola. Em meio ao governo opressor do Talibã, sua única esperança é o antigo costume afegão do bacha posh, que permite à jovem Rahima vestir-se e ser tratada como um garoto até chegar à puberdade, ao período de se casar.

    Como menino, ela poderá frequentar a escola, ir ao mercado, correr pelas ruas e até sustentar a casa, experimentando um tipo de liberdade antes inimaginável e que vai transformá-la para sempre.

    Contudo, Rahima não é a primeira mulher da família a adotar esse costume tão singular. Um século antes, sua trisavó Shekiba, que ficou órfã devido a uma epidemia de cólera, salvou-se e construiu uma nova vida de maneira semelhante. A mudança deu início a uma jornada que a levou de uma existência de privações em uma vila rural à opulência do palácio do rei, na efervescente metrópole de Cabul.

    A pérola que rompeu a concha entrelaça as histórias dessas duas mulheres extraordinárias que, apesar de separadas pelo tempo e pela distância, compartilham a coragem e vão em busca dos mesmos sonhos. Uma comovente narrativa sobre impotência, destino e a busca pela liberdade de controlar os próprios caminhos. [SKOOB]


    Neste livro acompanhamos a história de Rahima e suas irmãs. Elas quase não saem de casa, são filhas de um viciado em ópio e vivem sob o regime Talibã. Rahima é escolhida por sua mãe para um antigo costume afegão, bacha posh, ainda hoje este costume é utilizado no Afeganistão. Meninas vestem-se de menino e são tratados como tal até chegar a puberdade. Sendo bacha posh ela poderá frequentar a escola, ir ao mercado, correr pelas ruas e trabalhar e prol do sustento de sua casa.

    Rahima não é a primeira de sua família a ser um bacha poch, sua trisavó, um século antes, salvou-se e construiu uma nova vida de maneira semelhante. 

    Com uma narração que alterna entre as histórias dessas duas mulheres, A pérola que rompeu a concha nos envolvem em uma história de coragem em busca de seus sonhos e a impotência perante uma sociedade onde a mulher tem sua liberdade e direitos cerceados. Um livro sensível e comovente sobre o destino e a busca pelo seu caminho, sua liberdade, seu controle. 

"Eu compreendi algo que minha já sabia: os homens podiam fazer o que quisessem com as mulheres"

    Um enredo forte, triste e em alguns momentos agonizantes. Onde encontramos vários elementos de conexão e empatia com as personagens, um deles : a leitura. 

" Eu queria ver todos os lugares sobre os quais tinha lido. Percebi que esse era seu escape. A mente ia aonde o corpo não podia levá-la"

    Sabemos que os fatos narrados são fictícios, entretanto não tem como desvincular de que o mesmo retrata a realidade de muitas mulheres. Uma história forte, que lhe sufoca durante a leitura. Uma abordagem que desnuda uma sociedade machista, a falta de sororidade e direitos das mulheres e ao mesmo tempo nos faz refletir sobre resiliência.

"... não sei nada sobre pérola e conchas, exceto que uma precisa se libertar da outra"

    Super recomendo esta leitura, mesmo sofrendo com a dor e violência sofrida por essas mulheres, vale a pena cada minuto e quando terminamos a leitura, somos pessoas diferentes.
 

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