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Leitura Coletiva (Semana 4: Resenha): Dramalhama - Larissa Rumiantzeff

Autora: Larissa Rumiantizeff
Editora: Sinna
Gênero: Literatura Nacional, Ficção, Comédia
Ano: 2019
Páginas: 390

* E-book cedido pela editora, para resenha, referente a parceria de 2019.

Quando Julia decide fazer intercâmbio nos Estados Unidos, ela espera encontrar várias coisas: O ônibus amarelo da escola, as l´´ideres de torcida, jogadores de futebol americano e muita Junk food. Mas ao chegar em Mount Hood, estado do Oregon, ela se depara com uma familia anfitriã em um rancho cheio de animais, inclusive quatro lhamas.Pra piorar, ela fica em um quarto com outras três meninas, e tudo indica que foram escolhidas apenas para fazer trabalhos domésticos de graça. Agora, Júlia terá que passar por cima de suas nocões romantizadas de intercambio e de seus preconceitos para se unir às outras intercambistas e sobreviver a esse ano que será tudo, menos monótono.


     Quando comecei a ler Dramalhama, eu estava esperando um livro bem jovem e divertido, com um romance adolescente (que podia ou não dar certo), mas com muita confusão, especialmente por ter lhamas! Bem, ele cumpriu muitas dessas minhas expectativas.

     Júlia é uma jovem de dezessete anos que, no dia do seu aniversário, acaba parando na sala da diretora, um acontecimento não muito comum, mas que chama a atenção da docente por conta dos motivos que levaram a aluna ali e como ela não parecia nenhum pouco sentida com isso. Assim, tendo em vista como seu filho se tornou uma pessoa mais madura e responsável após um intercâmbio, ela sugere à adolescente o mesmo. 

"Antes eu me achava sem sal. Agora as pessoas me olhavam com tanto interesse, que eu me achava interessante também."

     Relutante de início, Júlia acaba cedendo e, por fim, convencendo sua mãe a inscrevê-la no programa. Poucos meses depois, com um inglês ainda um pouco arranhado, ela parte para os Estados Unidos do ano de 2002 para passar um ano, completar o seu ensino médio no cenário dos filmes que assistia.

     Mas ela percebe que nem tudo são como os filmes. Ela irá ter que ficar em uma casa onde há mais animais do que pessoas, mas que tem tantas pessoas que precisará dividir o quarto com mais duas intercambistas, além da filha mais velha do casal. E como se não bastasse toda essa falta de espaço, há os trabalhos domésticos tão exagerados. Apenas elas os faziam. Não havia muito espaço para conhecer outras pessoas, muito menos para festas... Não que houvesse muitas.

"Olha pra trás, pra tudo que a gente encarou até agora. Você sempre se saiu bem, com uma mistura de cuidado e otimismo."

     Júlia percebe, pouco a pouco, que o sonho, na verdade, parece mais um pesadelo e começa a tentar mudar o rumo dessa sua história em solo americano. E como se a vida começasse a testá-la, ela começa a se interessar por alguém... Se ela não teria o seu clichê de festas, ao menos do romance parecia que não conseguiria escapar. 






    No início da leitura eu fiquei um pouco perdida na questão tempo em que se passava a história. O prólogo acontecia em 2002, mas eu achei que, como a maioria dos livros que costumo ler, era só ele e não o restante dos capítulos. Então, às vezes ficava "mas isso deveria acontecer assim?", até a própria autora me esclarecer que o tempo ainda era o mesmo (desculpe a minha lerdeza, Larissa!).

     Depois que o tempo foi definido, ficou muito mais fácil compreender as ações das personagens e porque as coisas pareciam tão complicadas, como depender de outras pessoas para falar com os pais (oi, internet que hoje facilita tanto!).  Júlia passou grandes apertos justamente porque não tinha essa amiga que temos hoje com tanta facilidade. 

"E viajar é uma forma realmente interessante de se conhecer alguém. Você tem pessoas com interesses em comum, mas com algumas diferenças entre elas."

     Eu esperava, como falei lá no início, um pouco mais de drama em relação às lhamas (não que não tenha tido, mas por ter tanto destaque na capa e no nome, esperei mais). Também imaginei que o drama na casa da família anfitriã fosse ser um pouco mais forte, mas ainda bem que nisso eu errei, Júlia passou por maus bocados lá, não se enganem.

     Mas acho que como uma pessoa romântica, foi justamente o momento do romance que eu mais esperei. Sebastian, o crush da nossa Júlia, não foi bem o que a gente espera de um romance de intercâmbio e eu passei mais tempo torcendo pra ela ser tão forte e emponderada quanto eu sabia que ela podia (e era em outras coisas), do que querendo um romance de fato. Mas, após ler o que a autora escreve pra gente no final, fiquei feliz com a forma como foi tratada, pois compreendendo seus motivos, tudo fico muito mais claro. 

"Ela sorriu. Era a segunda amiga que eu fazia por causa dos livros. Como se eles as tivessem recomendado. Pensando bem, não era uma forma ruim de se conhecer alguém."

     E se tem uma coisa que eu verdadeiramente amei nesse livro foi a amizade aqui retratada. Júlia sai do seu pais e deixa uma melhor amiga pra trás. Essa amiga, apesar de aparecer pouco, torce pelo seu sucesso, não morre de inveja. E, melhor ainda, ela faz outras amigas que a ajudam, lhe dão suporte e se tornam irmãs. Sem dúvidas amizades que ajudaram a retratar bem esse momento da protagonista. 

     As referências na história deixaram tudo ainda mais divertido (potterheads vão amar!), assim como o jeito sempre bem leve e sincero da Júlia. Como eu imaginava, um livro bem jovem e que faz qualquer um que tenha o sonho de intercâmbio (ou que teve esse sonho), se sentir um pouco mais perto de realizá-lo. 


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