Título: Movimentos Perigosos
Autor: Vincento Hughes
Editora: Independente
Ano: 2016
Páginas: 186
Lorenzo Rodanelli, um escritor e enxadrista italiano, está em Roma buscando inspiração para seu novo livro, quando a morte de um jovem é cercada por um fato inusitado: uma peça de xadrez é achada no bolso da vítima. É quando, por uma casualidade, Lorenzo se envolve na investigação e decide desvendar um mistério que se torna cada vez mais intrigante. [SKOOB]
Há quase um ano me deparei
com o nome de Vincento Hughes em minhas redes sociais, onde o autor
José Igor agradecia, no Instagram, à resenha que recebera de um de
seus livros. O nome do resenhista me chamou atenção, assim como
posteriormente a de meus leitores e amigos também! Quem conhece meu
trabalho sabem bem o motivo!
Curiosa para saber quem era
Vincento Hughes, acabei conhecendo seu blog, onde descobri que se
tratava de um escritor que se inspira no estilo literário de Agatha
Christie para escrever seus romances policiais, vendendo seus livros
de forma independente. Chamei-o para conversar e assim conhecer mais do seu trabalho...
De lá para cá, tive o prazer
de ler alguns de seus livros: “O Deslize”, “Reféns da Ilusão”,
“O Peso de uma decisão”, “A Equação Imperfeita”, “As
quatro amigas”, e “Movimentos Perigosos”. Este, na verdade,
fora o primeiro livro que li do autor, e ainda é o meu preferido de
sua autoria.
Em Movimentos Perigosos somos
logo apresentados ao italiano Lorenzo Rodanelli, marido de Doralice, com quem ao longo da narrativa, mantém contato à
distância, visto que ela é guia de turismo e está trabalhando com um grupo ao leste da Europa. Com
mais de cinquenta anos, Lorenzo é um jornalista aposentado, agora
dedicado a escrever romances policiais. Por ser um excelente
enxadrista, membro da Federação Italiana de Xadrez, Lorenzo é
convidado por seu editor a escrever um livro técnico sobre o
esporte, o que o autor aceita, mesmo não sendo este o seu estilo
literário.
Pouco motivado com sua nova
empreitada, visto que ao contrário do que pensava, tem dificuldade
para discorrer sobre o assunto, Lorenzo busca em Roma alguma
inspiração para o novo trabalho, e assim o concluir.
Ainda nas primeiras páginas,
Lorenzo reencontra o amigo Ítalo, um psiquiatra, a quem conta sobre
o livro que está escrevendo, embora não consiga esconder a sua
frustração sobre o andamento do mesmo. É aí que o escritor toma
ciência de algo que até então ignorava: um corpo fora retirado do rio Tibre, onde uma peça de xadrez fora encontrada em meio às
roupas do falecido. Ítalo lhe entrega um jornal, salientando o quão instigante é aquele trágico acontecimento.
O escritor então constata
através da matéria que os mistérios sobre o triste evento já
foram explicados pelos principais meios de comunicação da cidade: um
turista reagira a um assalto, e consequentemente o assaltante se deu
mal, e a peça de xadrez não passou de um detalhe irrelevante na
investigação.
Um detalhe irrelevante! Sim,
seria mesmo irrelevante, não fosse este o detalhe em outro corpo:
mais uma morte, mais uma peça de xadrez.
Dessa vez, diferentemente do que acontecera no primeiro caso, Lorenzo se vê
em meio a investigação, não somente porque testemunhara uma
discussão entre o falecido e sua esposa pouco antes de sua morte, como também pela atração que tais mistérios começavam a exercer sobre ele.
Além disso, tendo o escritor
como detentor de importantes informações, assim como por ser um
enxadrista, Lorenzo é convidado a contribuir com as investigações,
estando à par de cada nova descoberta ao longo da narrativa.
No entanto, ao invés de respostas, o que
conseguem são mais questionamentos. O mesmo acontece com nós,
leitores, que ansiamos por descobrir os mistérios que rondam os
crimes em Roma, assim como o significado dessa assinatura: a peça de xadrez.
Acompanhamos Lorenzo numa
breve jornada em busca de respostas e consequentemente, à elucidação
destes crimes. Aos poucos, peças de um quebra-cabeça se montam à
sua frente, embora nada pareça fazer sentido.
Aos poucos, percebemos como cada um dos personagens — estes muito bem desenvolvidos —, estão de alguma forma interligados. E conforme a investigação avança, seu novo livro ganha novas páginas, embora num novo formato, já que Lorenzo acaba por fugir da proposta original.
Vincento nos leva a formular as mais variadas teorias, a desconfiar de tudo e de todos, e ainda assim, consegue nos surpreender no final. Uma leitura rápida e agradável, que assim como seus demais livros, nos prende logo no início.
Vincento nos leva a formular as mais variadas teorias, a desconfiar de tudo e de todos, e ainda assim, consegue nos surpreender no final. Uma leitura rápida e agradável, que assim como seus demais livros, nos prende logo no início.
Por Juliete Vasconcelos,
autora da trilogia policial O Ceifador de Anjos
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