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Resenha: Novo Poder


Democracia e Tecnologia
Autor: Alê Youseff
Editora: Letramento
Ano: 2018
Páginas: 152

* Livro cedido em formato físico pela editora, referente a parceria 2018.

Este livro pode ser usado como um manual para quem quer também se aventurar a pensar, com responsabilidade, a complexidade – incluindo cada vez maiores ambiguidades – do nosso mundo atual. Não é mais possível fundamentar ativismos em certezas emancipatórias do passado. É preciso admitir: ninguém entende o que está acontecendo, ninguém tem nenhuma proposta salvadora, capaz de gerar consenso absoluto, mesmo dentro de bolhas. E todos os passos e discursos são perigosos, todos escondem múltiplas armadilhas. É preciso encarar de frente aquilo que é difícil. Que fazer? E fazer com quais ferramentas? Alê resume bem o impasse central de qualquer iniciativa democrática hoje:“As hashtags mobilizadoras, as guerras virtuais, os memes e toda forma de ativismo atual, majoritariamente ocupam a timeline de grandes plataformas, geridas por interesses de grandes empresas. Para os ativistas, parece não existir outra maneira de mobilização on-line que não seja travar as disputas nesses grandes condomínios privados, que reúnem grande parte da população.


     Não sou muito fã de ler coisas sobre política. Sei que é um assunto que temos, como cidadãos, estar inteirados e, por isso, ao ver que esse livro se tratava de uma forma moderno, mais jovial e com um assunto mais atual, como a tecnologia, decidi tentar ler e me informar um pouco. Mas não deu muito certo.


     Alê Youseff escreveu esse livro, incialmente, para seu projeto final de conclusão de curso. Ele trata da política junto da modernidade que é a utilização das redes, da facilidade de comunicação das massas e de novas formas de se fazer democracia. A cada nova ideia apresentada, ele mostra um lugar que deu início a essa ideia e que deu certo, mostrando que não são apenas ideias, mas ações que, se desejarmos, podemos fazer dar certo.

     Dentre todas que ele comenta, a que mais me chamou atenção foi a utilização da rede para que toda uma comunidade consiga mostrar os desejos e necessidades da cidade onde moram e, da mesma forma, o governo as responde com atenção. Através do mesmo programa, podem acompanhar o andamento das providências e são essas pessoas que abriram a “reclamação” que marcam como finalizadas. O mais interessante é que isso é algo que já acontece, mas que poderia ser em todo o mundo.

"O autor reflete que a globalização teria nos dado um presente inesperado: uma rede de comunicação que permitiria a comunhão entre pessoas em qualquer lugar do planeta e um mundo conectado instantaneamente, permitindo que os humores rebeldes e as novas técnicas de protesto viajassem mais rapidamente do que em qualquer outro momento da História." (p. 27)

     Sem dúvidas, para aqueles que se interessam bem mais pelo assunto, essa seria uma leitura rica. Para mim foi mais uma curiosidade sendo sanada, mas que não me prendeu. Uma experiência que eu precisava, mas como não é o meu tipo de leitura, dificilmente eu faria novamente.

     A edição da editora está bem diferente. As folhas são grossas e o formato do livro lembra um encarte. Como era uma tese de mestrado, as partes da pesquisa e da tese são divididas em oito partes, aqui capítulos e todos bem marcados. Um prato cheio para quem aprecia uma leitura enriquecedora de conceitos e ideias.



Classificação:
Gêneros:
Literatura Nacional
Política



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